quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Cidades, estas maravilhas fantasmagóricas


Qual a maior maravilha, o maior legado da humanidade para este planeta?
Não tenha dúvidas, são as cidades.
O engenho, a capacidade e a adaptabilidade dos humanos, que permitiram nossa sobrevivência em ambientes hostis, estão todas evidentes em nossas cidades.
O britânico Peter D. Smith, do University College, de Londres, escreveu  "Cidade - Um guia para a idade urbana", livro em que elucubra sobre nossas cidades e as relações dos humanos com elas.
Cidades são grandes façanhas de arquitetura e engenharia, mas quem sempre viveu nelas nem se dá conta.
Foi diferente, por exemplo, a reação e a emoção de Henirich Heine ao ver Londres pela primeira vez em 1827, quando aquela era a maior cidade do mundo:
"Eu vi a maior maravilha que o mundo pode exibir ao espírito deslumbrado. Eu vi e ainda permanece indelével em meu espírito a imagem da floresta de pedra de casas, e entre elas a rápida corrente de rostos, rostos de seres humanos com todas suas paixões e seus impulsos de amor, fome e ódio."
 

Cidades podem se tornar organismos gigantescos, Tóquio já passa dos 30 milhões de habitantes, Mumbai vai ficar ainda maior.
Mas, independente do tamanho, todas elas também carregam seus fantasmas, basta escavar um pouco e lá estão outras gerações, outras vidas.
Smith fala da basílica de São Clemente, construída no século 12 e ainda majestosa na moderna Roma. Ela, por si, já é um fantasma, mas há mais: quem descer para a cripta da basílica vai encontrar outra igreja, construída no ano 385 da era cristã. E quem for ainda mais fundo irá visitar um templo para o deus Mitra construído há mais de 2 mil anos. São fantasmas abaixo de fantasmas abaixo de fantasmas.
E isso sem falar nas cidades há muito gloriosas e há muito desaparecidas, como Ur, Babilônia, Tenochtitlán.
A intenção de Smith com seu livro é mostrar para quem caminha pelas calçadas modernas das cidades contemporâneas que há muito a aprender de nosso passado urbano.
Fascinante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário