"Durante nossa vida em Tavistock House (1851-1860), tive uma doença grave e duradoura, com uma igualmente longa convalescência. Neste período, meu pai sempre sugeria que eu diariamente fosse levada a seu estúdio para ficar com ele, e embora eu tivesse medo de atrapalhar seu trabalho, o pai garantia que gostava de ter-me perto dele. Numa destas manhãs, eu estava deitada no sofá, aproveitando o fato de ficar perfeitamente quieta, e meu pai escrevia atarefada e rapidamente em sua escrivaninha, quando ele subitamente saltou da cadeira e correu até um espelho próximo, no qual pude ver o reflexo de algumas contorções faciais extraordinárias que ele estava fazendo. O pai retornou rapidamente à escrivaninha, escreveu furiosamente por alguns momentos e aí foi de novo até o espelho. A pantomima facial recomeçou, depois ele saiu a caminhar, sem se dar conta de minha presença, e começou a falar sozinho rapidamente em voz baixa. Então tudo parou, ele sentou e escreveu calmamente até a hora do almoço.
Foi uma experiência muito curiosa para mim, e eu não entendi completamente o que ocorrera té recentemente. Então descobri que, com sua intensidade habitual, ele havia se jogado completamente dentro do personagem que estava criando, e que daquela vez não só havia perdia a noção de onde estava, mas agia, em sua imaginação, como o personagem de sua caneta."
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