terça-feira, 29 de outubro de 2013

Quanto vale um remédio?

Remédios que combatem o câncer são caros.
Mais ainda: quando mais avançado o estágio do câncer, mais caros os remédios.





O que leva uma inevitável discussão sobre custo-benefício.
O exemplo mais recente é da droga Zaltrap, indicada para casos avançados de câncer de cólon, quando nenhum outro medicamento faz mais efeito.
O uso do Zaltrap custa 11 mil dólares (24 mil reais) por mês, mais custo de aplicação, hospitalização e de outras drogas para combater os efeitos colaterais.
E os estudos demonstram que o Zaltrap prolonga a vida do paciente por exatos 42 dias, durante os quais ele tem baixíssima qualidade de vida.
É caro? É barato? Vale a pena?
Diz o oncologista Leonard Saltz que a sociedade é que vai responder estas questões: "Se dissermos que temos uma droga que custa 1 bilhão e prolonga a vida por um dia, todo mundo diria não. Mas se dissermos que temos uma droga que custa 3 reais e prolonga a vida por três anos, todos diriam sim.
Qual é o ponto de equilíbrio? Até quanto se pode pagar  por dia de vida a mais?"
Para Saltz, a sociedade parece não querer enfrentar esta questão e determinar o valor limite, aquele para o qual se diz "não podemos pagar".
E não porque a qualidade de vida do paciente melhora, ou porque ele talvez tenha chance de sobreviver, o que nesses casos de câncer terminal não existe.
Mas porque ninguém quer a culpa de ser considerado desumano com um ente querido.

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