quarta-feira, 19 de março de 2014

Será que é feio mesmo?

Existem coisas, obras humanas, que são inevitavelmente feias - quando surgiram, agora e sempre.
Talvez o melhor exemplo seja este, um lixão como este de Nova Iorque, que funcionou de 1950 a 2001.

A view of Fresh Kills landfill on Staten Island, New York, circa 1950. The dump ground closed in 2001.

Mas outras coisas podem gerar sensações diversas e dúbias, com mudanças de percepção ao logo dos tempos.
Veja alguns exemplos:


Basílica de Ottobeuren, Alemanha. Rococó pesadíssimo do século 18, era considerada linda na inauguração. Hoje, os bem intencionados dizem que é kitsch. Ou muito feia.

Top: The basilica at Ottobeuren Abbey in Germany was built in ornate Rococo style in the 18th century. (Photo by Johannes Böckh & Thomas Mirtsch, via WikiCommons) Above: These folk-art automatons, hand-carved in the 1930s, represent Popeye and Olive Oyl's date night.
Bonequinhos naive de Olívia Palito e Popeye, de 1930. Feios ou respeitável arte popular?

This Baccarat millefiori mushroom glass paperweight with torsade around the base is thought to be from the 1800s. The millefiori affect is created by slicing the ends of clusters of colored glass canes so viewers can see the flower-like patterns.
Peso de papel de vidro Millefiori, Baccarat, cerca de 1880. Feio, bonito ou o que?

The hobby of pinning dead butterflies in display boxes grew popular during the Industrial Revolution.
Coleções de borboletas espetadinhas já foram admiradíssimas. E agora?

Carnival glass pieces, like this Fenton Orange Tree plate, were given away as prizes at carnivals and movie theaters in the 1910s and '20s. With orange iridescence on a base of electric blue, this plate qualifies as kitsch.
Placas de vidro coloridas como esta eram os prêmios em desfiles e festivais de cinema nos anos 1910 e 1920. Agora poucos diriam que não são muito kitsch.

This 1960s Danish Modern teak desk and the modern-day iPhone embody Stephen Bayley's ideals of beautiful design.
Escrivaninha dinamarquesa de 1960 e um iPhone, exemplos de design eficaz. Mas a escrivaninha é bonita mesmo?

This Huntley and Palmers Indian Elephant biscuit tin, circa 1894, features a unique shape and elaborate color lithography.
Lata de biscoitos indiana, de 1894. Feia ou bonita?

Expectant mothers often used stork-shaped objects like these embroidery scissors. Stork-shaped clamps were even used to cut umbilical cords.
Tesoura para ser usada por mulheres grávidas, início do século 19. Estranha, mas talvez não feia.

Dieter Rams' 1956 SK4 Braun radio, called "Snow White's Coffin," is Modernist perfection in Bayley's eyes. (From "Ugly," courtesy of Wright)
Rádio com toca-discos da Braun, 1956. Na época do lançamento era chamado de caixão da Branca de Neve. Hoje é reconhecido como um perfeito exemplo de design modernista.

The Trellick Tower in London, commissioned in 1966 and completed in 1972, is being recognized for its historical significance as an example of Brutalist architecture. (Via WikiCommons)
Trellick Tower, em Londres. Concluída em 1972, sempre foi considerada horrorosa, mas hoje é reconhecida como um bom exemplo da arquitetura brutalista. Um pedacinho da velha URSS na capital inglesa.

A polyester men's disco shirt from the '70s is the ultimate in kitsch-ware. But is it ugly?
O máximo do kitsch: camisa de poliéster para ir á discoteca nos anos 70. Mas é feia mesmo ou é só preconceito?






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