O peso da carga tributária

Nossa mídia e entidades empresariais adoram dizer que a carga tributária no Brasil é altíssima, que assim não dá e por aí vai.
Bem, um levantamento da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento mostra que o Brasil está entre as nações com nível médio de carga tributária como percentual do PIB - o nosso é de 35,2%.

Dinamarca: o país com mais impostos é também o que tem a população mais feliz

Os campeões de carga tributária são países bem ricos: Dinamarca (48,1%) e Suécia (46,7%). Interessante: há anos várias pesquisas mostram que os dinamarqueses são as pessoas mais felizes do mundo.
Seguem-se Itália, Bélgica, Noruega, Áustria, Finlândia e França, todos acima dos 42% de carga tributária.
Com o peso dos tributos entre 40 e 33 por cento - o nível médio - temos Hungria, Holanda, Luxemburgo, Eslovênia, Alemanha (37,3%),  Estônia, Brasil, República Tcheca, Reino Unido e Islândia.
Abaixo de 32% a carga é baixa e neste grupo estão potências como o Canadá, Japão, Coréia do Sul e Estados Unidos (apenas 24,1%).
Dois países da América Latina são os campeões de carga tributária baixa: Chile (18,4%) e México (17,4%). Como eles fazem para fazer uma nação andar com tão pouco imposto é um caso que merece um estudo aprofundado.
O levantamento da OCDE não inclui todos os países, o Brasil estava fora e eu o inclui.
Fico com a impressão de que as queixas e reclamações seriam mais coerentes se enfatizassem que nosso sistema tributário é uma bagunça, que poderíamos diminuir a burocracia com menos impostos, que a arrecadação tributária é muito mal empregada. Mas a carga, realmente, não é exagerada.