Lemos porque é fascinante, e os caras escalam o Everest simplesmente porque ele está lá.
O livro de Krakauer conta a grande tragédia da temporada de 1996, que terminou com 12 mortes.
De lá para cá as condições de escalada melhoraram muito: equipamentos melhores, comunicações melhores, previsões meteorológicas melhores e novos helicópteros para resgate em altitudes elevadas.
Mas agora em 2012 a tragédia de 1996 meio que se repetiu, com 10 alpinistas mortos. Com todos estes avanços e sem uma tempestade fatal como a do ano de No ar rarefeito. Por que?
Grayson Schaffer, da Outside, tenta explicar a causa, com conclusões bem tristes.
Fila de até duas horas na Passagem Hilary |
Havia gente demais, o que ocasionava até filas em determinados pontos, atrasando as escaladas e aumentando os riscos.
Havia muitos amadores, porque agora, com todas as novidades de apoio a escalada, chegar ao topo do Everest é vendido como coisa fácil.
E com o amadorismo vieram decisões equivocadas, erros estratégicos, um coquetel que terminou com mortes que poderiam ter sido evitadas com um planejamento profissional.
Enorme fila de alpínistas deixando o Campo IV |
Um dos mortos, o médico alemão Eberhard Schaaf, de 61 anos, morreu na descida após uma escalada truncada por filas e, por isso, longa demais. Seu corpo ficou bloqueando o caminho, e os que chegaram depois resolveram o problema: cortaram sua corda e deixaram o corpo rolar por uma ravina de 15 metros.
Todas as mortes foram resultado de exaustão, escalada lenta demais, ignorância de sinais evidentes de doença da altitude e recusa de voltar quando ainda dava tempo. Nenhuma tempestade, nevasca ou avalanche.
Nunca houve tanta gente no Everest quanto na temporada deste ano. Os pacotes nunca foram tão baratos, as exigências das agências promotoras das viagens nunca foram tão poucas. Não tem experiência mas tem a grana? Pode ir.
E isso tudo significa que a temporada de 2013 pode ser ainda pior. Os veteranos dizem que a temporada de escaladas do Everest não tem mais nenhum controle.
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