quinta-feira, 30 de maio de 2013
A vida com um gênio da raça
Richard Feynman (1918-1988) foi um dos gênios da raça.
Físico brilhante, ajudou a desenvolver a mecânica quântica, trabalhou com superfluidos e física de partículas.
Ganhou o Nobel de Física em 1965 - aos 47, muito jovem para um Nobel - e foi saudado por uma revista como "o homem mais inteligente do mundo".
Não é pouca coisa.
Agora, como seria conviver com uma pessoa assim?
Surpreendentemente, muito simples e comum, segundo o relato de sua filha Michelle:
"Quando eu era muito jovem, achava que meu pai sabia tudo. Aí uma revista importante chamou-o de homem mais inteligente do mundo. Ao ficar sabendo, sua mãe ergueu as mãos para o céu e exclamou: 'Se Richard é a pessoa mais inteligente do mundo, Deus ajude o mundo!'.
Meu pai foi o primeiro a rir.
Apesar de seu sucesso, meu pai encorajava uma atitude irreverente em relação a ele. Nossas conversas ao jantar eram cheias de histórias sobre os erros que cometera naquele dia: perdera seu blusão, conversas com pessoas cujos nomes não lembrava. Nas manhãs de domingo, muitas vezes ele abria mão de ler o jornal em favor de uma hora ouvindo música selvagem, tocar bateria e contar histórias para mim e meu irmão. Quando era seu turno de levar as crianças para a escola na escala que tínhamos, ele fingia que estava perdido. 'Não, não é por aí!!!', todas as crianças berravam. 'Ah, certo, é por aqui' perguntava indo novamente por um caminho errado. E nós gritávamos "Nããããoooo!', em pânico."
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