domingo, 16 de dezembro de 2012

Como é duro ser mulher na internet

Escrevendo no jornal inglês The Independent, a jornalista Laurie Penny, 26, conta como uma profissional ainda enfrenta preconceitos, insultos e grosserias só por ser mulher:

   "Muitos comentaristas, pensando alto sobre onde estão todas as vozes fortes das mulheres, fecham seus olhos sobre quão normal este tipo de ameaça passou a ser: na maioria das manhãs, quando checo minhas contas de e-mail, Twitter e Facebook, tenho que passar por ameaças de violência, especulações públicas sobre minhas preferências sexuais, o odor e a capacidade dos meus genitais, e a tentativa de escrever ideias desafiadoras a partir do princípio de que, já que eu e minhas amigas somos tão pouco atraentes, qualquer coisa que tenhamos a dizer deve ser irrelevante.
A implicação de que uma mulher deve ser sexualmente atraente para ser levada a sério não começou com a internet: é uma acusação que tem sido usada para envergonhar e diminuir as mulheres muito antes de Mary Wollestconecfrat ter sido chamada de 'uma hiena em petit pois'. A internet, entretanto, torna mais fácil para garotos em seus quartos solitários praticarem o bullying. Não são apenas jornalistas, blogueiras e ativistas o alvo. Empresárias, mulheres que jogam on line e estudantes que postam seus vídeo-diários no YouTube, todas estão sujeitas a campanhas de intimidação planejadas para afastá-las da internet, feitas por pessoas que parecem acreditar que o único uso que uma mulher poderia fazer da internet seria mostrar seus seios para o mundo cobrando uma taxa.
Como muitas outras, também recebi ameaças diretas, como do homem que me perseguiu e ameaçou publicar velhas fotografias minhas que somente seriam relevantes para meu trabalho se alguém acreditar que qualquer jornalista feminista deveria passar seu primeiro ano de universidade completamente sóbria, sempre vestida e na vertical.
Também foram feitas tentativas de intimidar minha família, incluindo minhas duas irmãs em idade escolar. Depois de uma rodada de ameças de estupro, incluindo a sugestão de que, por criticar a política econômica neoliberal, eu deveria ser forçada, na ponta de faca, a fazer sexo oral com banqueiros, me informaram que estavam atrás de meu endereço. Mas eu segui em frente."

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