Foi divulgado ontem, 3 de março, pelo The New York Times, o resultado de uma investigação de 13 anos feita pela equipe do Memorial do Holocausto norte-americano.
Um número surpreendeu até os alemães: segundo o novo trabalho, os nazistas mantiveram, entre 1933 e 1945, na Alemanha e em países ocupados, 42.500 campos de aprisionamento, tortura e escravidão para seus adversários.
Até agora, esta número era calculado em 7 mil, o que deixou pasmo Hartmut Bergjoff, diretor do Instituto de História Alemã: "É muito mais do que poderíamos imaginar."
Esses campos estavam entre a França e a Rússia, com concentração maior na Polônia e na própria Alemanha. Judeus, homossexuais, ciganos, poloneses, russos e gente de várias outras etnias e orientações políticas ou comportamentais eram sua população.
O estudo também revelou um novo número sobre as fatalidades nestes campos: seriam de 15 a 20 milhões de pessoas mortas, segundo os líderes desta pesquisa, Geoffrey Megargee e Martin Dean.
Os 42.500 campos incluem não apenas os de concentração, mas milhares de campos para trabalhos forçados, presídios para soldados inimigos, campos temporários para triagem, campos para abortos de mulheres grávidas e grandes bordéis onde mulheres tinham que atender soldados nazistas.
O estudo mostra que a existência, a partir de 1933, de cerca de 3 mil campos nas proximidades de Berlim e de outros 1.500 próximos a Hamburgo tornam impossível que os alemães comuns não soubesse o que estava acontecendo.
Segundo Dean, "você literalmente não poderia ir a qualquer lugar na Alemanha sem passar por um campo. Eles estavam por todos os lados."
Mais de 400 colaboradores participaram das pesquisas e elaboração do estudo, que já é considerado o primeiro realmente completo sobre o tema e que reuniu informações fragmentárias sobre os campos.
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