O cardeal escocês Keith O'Brien declarou, enquanto se prepara para ir a Roma participar da eleição do novo papa, que ele gostaria de que fosse permitido aos padres casar.
Um pouco revolucionário, não é? Ideia interessante, acredito que alguns dos principais problemas da igreja católica pudessem ser resolvidos com esta - improvável - medida.
O'Brien, que tem 74 anos, é o líder da igreja na Escócia e disse imaginar que "muitos padres têm encontrado dificuldades para viver em celibato enquanto exercem seu sacerdócio e sentem necessidade de uma companhia, de uma mulher. Eles deveriam poder casar e ter uma família."
Segundo o cardeal, no seu tempo de seminarista e jovem padre esta questão simplesmente não existia: "Era parte do pacote, a gente fazia os votos de celibato do mesmo jeito que as pessoas fazem os votos de casamento".
Os tempos mudaram, admite O'Brien.
Mas nem tanto assim: ao mesmo tempo em que defende casamento para padres ele o nega para homossexuais.
O cardeal é o líder dos opositores ao casamento entre pessoas do mesmo sexo na Escócia, que o governo está tentando implantar.
Em novembro do ano passado ele ganhou o prêmio Intolerante do Ano, concedido por uma organização gay de caridade chamada Stonewall. Na justificativa para o prêmio a Stonewall afirmou que o cardeal falava de maneira "bem inferior ao que qualquer pessoa normal chamaria de um discurso público decente" sobre o matrimônio entre homossexuais.
Dois pesos e duas medidas, não é, cardeal?
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