segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Os lucros da abolição da escravatura

A Grã Bretanha nunca teve escravatura.
Terra de gente fina, eles não sujavam suas mãos com estas coisas. Mas faturavam muito: comércio de escravos era com eles mesmo, bem como o transporte em navios negreiros entre a África e as colônias.
Ah sim, as colônias britânicas tinham escravos. E muitos. Com os escravos lá longe, produzindo para a matriz, os britânicos mantinham suas consciências mais tranquilas.
E agora o pesquisador Nick Draper, da University College London, foi remexer na papelada referente à abolição da escravatura nas colônias inglesas, em 1833, e descobriu como boa parte das grandes fortunas britânicas atuais veio não só da escravidão mas também do seu término.



Só naquele ano, o governo de sua majestade pagou 20 milhões de libras - mais de 60 milhões de reais - a 3000 famílias em compensação pela perda da propriedade que tinham, os escravos. Isto equivalia a 40% do orçamento da nação, algo como, em dinheiro de hoje, 55 bilhões de reais.
Estas três mil famílias ficaram no bem bom - e muitas seguem assim até hoje.
Um cara chamado John Austin, que tinha apenas 415 escravos, ganhou, com as desculpas do governo pela abolição, o equivalente a 52 milhões de reais. O avô do George Orwell ganhou 23 milhões por 215 escravos. E um cidadão chamado James Blair faturou mais de 200 milhões de reais por 1.598 escravos que tinha na então Guiana inglesa.
Essas famílias seguem importantes na vida artística, política e financeira britânica. E devem agradecer muito ao governo que, tão gentilmente, lhes proporcionou a fortuna.

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