Faz algum sentido um país como os Estados Unidos manter uma força de cerca de 5 milhões de espiões - praticamente todos terceirizados, poucos são funcionários do governo - para monitorar as comunicações de todo o mundo em todo o mundo sob a bandeira do combate ao terrorismo?
É muita gente, muito dinheiro, muita espionagem: no mês de março, a NSA - National Security Agency - colecionou 98 bilhões de documentos obtidos através do monitoramento eletrônico, 3 bilhões dentro dos Estados Unidos, o resto de vários países do mundo.
Faz sentido esta coisa gigantesca?
Conor Friedersdorf, do The Atlantic, garante que não. e usa números claros para defender sua tese.
Em 2001, ano do ataque ao World Trade Center, cerca de 3 mil norte-americanos morreram por atos terroristas. Foi um número recorde, que nunca se repetiu e nenhum outro ano chegou perto, a média é bem abaixo de dez.
Pois bem, no mesmo ano de 2001,
- 71.372 norte-americanos morreram de diabetes
- 29.573 foram mortos por armas
- 13.290 morreram em acidentes de trânsito causados por álcool.
O Conor também faz a análise usando um período mais longo - de 1999 a 2010. O número de mortos por terrorismo continua ao redor de 3.000, o número de mortos por armas chega a 364 mil:
Então? Faz sentido? Eu, realmente, não vejo nenhum. Mas esta não é a lógica do Estado, nem da indústria da guerra, que se alimenta do medo para seguir crescendo e vendendo seus produtos - de armas a sistemas de vigilância eletrônica. Eles são tão poderosos que a NSA não tem sequer um computador ou telefone, tudo é terceirizado para a indústria da segurança.
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