sábado, 17 de agosto de 2013

Porque rimos menos que os bebês?

   Dizem que  o Robert Provine não é um cara engraçado. Mas ele sabe tudo sobre o riso, Robert o estuda há mais de 30 anos.
Sabe coisas curiosíssimas. Por exemplo: nas gargalhadas do tipo "ha ha ha ha ha", cada "ha" dura 75 milissegundos, e os intervalos entre eles são de 210 milissegundos.
E sabe coisas que nos fazem pensar: bebês e crianças pequenas riem até 300 vezes por dia, adultos apenas 20. O pico do número de risadas por dia ocorre aos cinco anos, e a partir daí o número declina.
E por que rimos? Por que ouvimos coisas engraçadas? Também, mas principalmente não por isto: o riso é uma  espécie de lubrificante das relações sociais, o usamos para mostrar simpatia e integração a grupos.

   Alguém lhe diz "a gente se vê" e a gente dá um sorriso em resposta.
"Meu dia foi um inferno" e lá vai o sorriso de solidariedade em resposta.
O riso é o principal lubrificante social, garante o Robert, e isto explica porque rimos 30 vezes mais quando estamos com outras pessoas do que sozinhos.
Usando tomografia como ferramenta, o cientista até já provou que o riso é contagioso: ao ouvirmos alguém rindo nosso cérebro já prepara os músculos faciais para sorrir em resposta. A mesma reação cerebral não acontece quando ouvimos alguém berrando, discutindo ou insultando.
Essa capacidade de contágio do riso seria a explicação para um dos fatos mais estranhos da história recente da humanidade:
Houve uma epidemia de riso na Tanzânia em 1962. Três adolescentes começaram a gargalhar numa escola, e logo todas 95 alunas gargalhavam sem parar. Durou algumas horas, parou e voltou depois com mais força: as meninas riram três meses sem parar. A coisa se espalhou por 14 escolas, mais de mil adolescentes e crianças foram atingidos, as escolas tiveram que ser fechadas temporariamente. Toda a epidemia durou 18 meses.
Acho fantástico o trabalho do Robert, mas uma pergunta não me sai da cabeça: por que rimos menos que os bebês?

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