Quando os primeiros cientistas começaram a alertar contra os riscos a saúde trazidos pelo tabaco, todo mundo riu e não acreditou. A mesma coisa aconteceu com os alertas sobre o álcool. E o pediatra norte-americano Robert Lustig agora se apresenta como a primeira voz a gritar contra os males causados pelo açúcar. Ele lançou um livro e uma campanha exigindo que a população seja mais esclarecida sobre o tema.
Lustig quer que os produtos com açúcar tenham alertas similares aos dos maços de cigarro.
Ele afirma que o açúcar é tóxico em altas quantidades e deve ser tratado como tal - um produto tóxico. E está deixando boa parte das pessoas obesas e propensas a doenças mais graves.
É um processo: o excesso de açúcar se transforma em gordura no fígado e esta gordura torna o fígado mais resistente à insulina. Aí o pâncreas tem que produzir mais insulina e o aumento desta substância na corrente sanguínea transforma energia em gordura, com aumento de peso. Índices elevados de insulina também afetam o cérebro. Ela bloqueia o hormônio leptina, que informa ao cérebro quando a alimentação do corpo já foi a suficiente. Aí a pessoa come mais.
E por aí vai, numa corrente de eventos muito perigosa e danosa.
Lustig estuda o assunto desde 1995, e vários trabalhos seus demonstraram que não são as batatas mas o açúcar a causa da obesidade. Por enquanto ele é uma voz solitária. Mas ganhará adeptos, com certeza, e talvez tenhamos brevemente um forte movimento que vá forçar as produtoras de alimentos a informar nas embalagens todos os males causados pelo açúcar.
Seria bom.
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