segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Um pouco mais sobre Aaron

Vocês certamente já sabem que Aaron Swartz, o inventor do RSS e uma das figuras mais importantes da história da internet, enforcou-se no sábado, aos 26 anos. Também sabem que que ele era depressivo e que a causa provável do suicídio foi que ele estava sendo processado pelo Departamento de Justiça norte-americano e deveria ser condenado a 35 anos de prisão.



Mas há alguns detalhes novos.
O primeiro: poucos dias antes do suicídio o advogado de Swartz, Elliot Peters, tentou pela enésima e última vez um acordo com o Departamento de Justiça. Os promotores negaram qualquer acordo, disseram que ele teria que declarar-se culpado de todas as acusações e que o governo não abria mão da pena de prisão.
A segunda: um renomado advogado especializado em cyber crimes disse hoje (14 de janeiro) que, tecnicamente, Swartz não cometeu nenhum crime. O que ele fez: entrou numa sala aberta do MIT (Massachussets Institute of Technology), abriu um computador que lá havia e baixou cerca de 5 milhões de artigos científicos dos alunos e professores do MIT, colocando-os depois na internet para uso público.
A sala, que nunca esteve chaveada, era tão devassada que um sem teto guardava lá suas coisas. O computador era de livre acesso. Os artigos também estavam à disposição de qualquer um na rede do MIT. Não há, tecnicamente, nenhum crime no que Swarcz fez.
Mas o MIT resolveu indignar-se e o Departamento do Justiça achou que era hora de pegar Swarcz, que para eles era um hacker. Na verdade, ele dedicou boa parte de seus esforços em vida à nobre causa de  tornar de livre acesso na internet todos os conteúdos que ele conseguia.
Deu no que deu, um absurdo completo. E agora o MIT vem a público dizer que vai abrir uma investigação para averiguar quais são suas responsabilidades no caso, etc.
Agora não adianta mais.

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