sábado, 24 de novembro de 2012

A vida na Faixa de Gaza

A BBC foi dar uma espiada na vida na Faixa de Gaza, este enclave de 40 km por 10 km espremido entre o Mediterrâneo, o Egito e Israel. Lá vivem 1,6 milhão de pessoas, que antigamente eram administradas pelo Egito. Israel capturou a área na guerra dos 6 Dias, em 1967, e de lá para cá avançou cada vez mais com seus assentamentos no território que era palestino, implantando um bloqueio feroz de entradas e saídas que sufoca a economia e a vida da população.
O grupo islamista militante Hamas controla o território desde 2007 e agora, depois dos últimos ataques de Israel, fechou um acordo com o grupo Fatah, tido como mais moderado e que controla parte da Cisjordânia - a margem oeste do rio Jordão.

Diz a BBC que os moradores de Gaza estão agora, em novembro de 2012, muito pior do que estavam em 1990: foram 22 anos completamente perdidos.
O desemprego está em 30 por cento, mas sobe para 58% para os jovens entre 20 e 24 anos.

A agricultura está sufocada por falta d'água e pelas zonas de exclusão fixadas por Israel.
A pesca também sofre: há dez anos os palestinos podiam pescar a até 12 milhas náuticas da costa, depois os israelenses diminuíram este limite para três milhas náuticas.

 

  

A economia vai muito mal, com uma exceção: floresce a chamada economia dos túneis, com centenas de túneis cavados ao longo da fronteira do Egito, pelo qual são contrabandeados bens e alimentos indispensáveis, além de armas.
Mais da metade da população tem menos de 18 anos, e as Nações Unidas dizem que 440 novas escolas serão necessárias até 2020. Mas ninguém sabe como elas poderão ser construídas. Hoje, 50 estudantes se acotovelam em pequenas salas, com turnos de ensino reduzidos para que todos tenham espaço. Mesmo assim, 98% dos homens e 93% das mulheres sabem ler e escrever.
A população deve crescer do atual 1,6 milhão para 2,1 milhão até o final da década. A densidade populacional, que já é uma das maiores do mundo (4.505 pessoas por km2, o dobro da de Nova Iorque) vai chegar a quase 6.000.


A maior parte das moradias recebe alguma forma de suporte e alimentos da ONU. 39% das pessoas vivem abaixo da linha de pobreza, a maior parte das famílias precisa gastar mais de 50% de sua renda apenas em comida.
E o problema alimentar, garante a ONU, seria resolvido facilmente se Israel liberasse a pesca além das 3 milhas náuticas... Agora muita gente vive apenas de farinha e água que a ONU dá.

A energia elétrica é outro problema: cortes no fornecimento são diários. A oferta energética é insuficiente, boa parte vem de Israel, que controla tudo como bem entende: no inverno, quando as pessoas necessitam de aquecimento, o fornecimento de energia elétrica se restringe a oito horas por dia. Muitos têm geradores que ficam desligados quase todo o tempo, porque a gasolina tem preço proibitivo.
A situação do fornecimento de água e saneamento básico é descrita pela ONU como crítica. A oferta de água é bem inferior ao mínimo estabelecido pela Organização Mundial de Saúde - 100 litros/pessoa/dia. E praticamente não há tratamento de esgotos: 90 mil metros cúbicos de esgoto são jogados todos os dias no Mediterrâneo.
Esta é a vida em Gaza: uma dureza, terrível. E eventualmente acompanhada por uma chuva de bombas vinda de Israel.





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