Até 20 mil pessoas visitam, a cada dia, a Capela Sistina. São multidões se acotovelando e suando para ver os afrescos de Michelangelo.
Demais? O conceituado crítico italiano Pietro Citati acha que sim e iniciou uma série de críticas ao Vaticano por permitir tanta gente ao mesmo tempo na pequena capela: "Fui lá conferir e havia uma multidão, todos respirando e suando. Isso vai danificar as pinturas".
O Vaticano recebeu as críticas um pouco constrangido e começa a admitir que pode limitar o número de visitantes interessados na obra de Michelangelo, que já tem mais de 600 anos. O diretor de museus da Igreja, Antonio Paolucci, reconheceu que o excesso de gente "é um sério problema" e disse que serão feitas melhorias na ventilação da capela.
Em último caso, disse Paolucci, o número de vistantes poderá ser limitado no futuro.
Mas por que tanta resistência a controlar as coisas? Dinheiro, ora: cada vistante paga até 15 euros (mais de 35 reais) pela visita, e grupos especiais de 10 pessoas pagam 220 euros por uma visitinha fora dos horários das multidões. Isso rende mais de 300 mil euros (720 mil reais) por dia.
O Vaticano não é lá muito chegado a abrir mão de receitas.
Michelangelo entregou as pinturas prontas em 1512, depois de dez anos de trabalho. Um pouco amargurado: "Tenho 37 anos - ele disse - mas todos me vêem como um velho, este trabalho me deixou assim."
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