Será que a China do novo presidente Xi Jinping será diferente da China de seu antecessor Hu Jintao?
Todo mundo procura sinais, indícios da postura e interesses de Jinping.
E a BBC botou especialistas ontem (15/11/2012) para avaliar a fala e a expressão corporal de Jinping.
Sua conclusão: sim, ele será diferente. Fez coisas que nenhum de seus antecessores fez. Estava tranquilo e relaxado ao sair da convenção que o coroou como supremo mandatário. Sorriu, algo inédito. Até pediu desculpas ao povo que o aguardava pelo atraso - algo impensável antes.
E mais: pareceu emocionado ao discursar, outra novidade.
A equipe da BBC gostou destes sinais e os relaciona com seu pedigree: Jinping pode se sentir mais confortável no poder por ser um pequeno príncipe - filho de um herói revolucionário que lutou junto com Mao e foi poderoso a seu tempo.
Observadores chineses garantem que "ele é muito inteligente." Que "ele trabalhou toda sua vida para este momento." Que "ele tem mais personalidade."
Seu discurso ainda teve um pouco do velho jargão do PCC, mas foi mais direto e incisivo que os de seus antecessores.
Ele disse:
"Devemos continuar a liberar nossa maneira de pensar, desenvolver nossas forças produtivas e rapidamente tomar o caminho da prosperidade para todos."
"Os problemas entre membros do Partido, corrupção, aceitar propinas, não manter contato com as pessoas, devem ser enfrentados com um grande esforço."
"Nosso povo merece melhor educação, empregos estáveis, rendimentos mais satisfatórios, maior segurança social e melhor assistência médica e de saúde."
Esses sinais são garantia de mudanças? Não necessariamente, apesar do entusiasmo da BBC.
Até pode ser que Jinping faça uma nova revolução da China, mas seu governo é de coalizão, com um equilíbrio muito delicado. Mudanças, neste cenário, são difíceis. Ele pode ser mais simpático, mais eloquente. Mas é apenas o primeiro entre sete iguais no novo comitê diretivo.
E sinais às vezes não levam a nada.
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