Nós, humanos, adoramos a ideia de que poderíamos ser mais inteligentes que somos se usássemos todo o potencial de nosso cérebro.
Desse conceito vem o arraigado mito de que, na verdade, usamos apenas 10% da nossa massa cinzenta.
O problema é que isso não é verdade.
Seria 10% das regiões do cérebro? Mito, mito: ações simples como abrir e fechar as mãos ou dizer algumas palavras requer atividade em bem mais de 10% das regiões do cérebro. Mesmo quando achamos que ele não está fazendo nada, quando dormimos, o cérebro trabalha duro controlando o coração, respiração, pressão sanguínea e por aí afora.
Ou 10% dos neurônios? Errado de novo: não deixamos nenhum neurônio descansando. Os usamos tanto que 20% de todo o oxigênio que consumimos vai para eles.
E tem outra coisa: a natureza até produz alguns desenhos estranhos, mas certamente não faria um cérebro 10 vezes maior que o necessário, tudo é sempre muito ajustado às necessidades.
Então, de onde vem esse mito?
Em 1908 um psicólogo e filósofo chamado William Jones disse que usávamos apenas uma pequena porção do cérebro. Na edição de 1936 do famosíssimo livro Como fazer amigos e influenciar pessoas, de Dale Carnegie, a coisa foi repetida e a partir daí se perpetuou.
O mito dos 10% foi mencionado em livros, revistas e jornais milhões de vezes. E algumas destas citações atribuíram a frase a Albert Einstein, o que não é verdade - também.
E nós acreditamos simplesmente porque assim parece que nosso potencial individual é muito maior. Até pode ser, até podemos sempre melhorar. Mas não usando mais partes de nosso cérebro - todas estão ocupadas e têm sua função.
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