Esta foto correu o mundo pelas redes sociais na noite em que o furacão Sandy atingiu Nova Iorque. É mais falsa que uma nota de 3 reais, mas mesmo assim muita gente até hoje acredita que ela é verdadeira.
E isso é um problema: cientistas, através de várias pesquisas, já demonstraram que fotos manipuladas afetam nossa memória e nosso comportamento. Elas podem modificar a maneira como as pessoas comem ou votam. De alguma forma, elas transformam a realidade percebida. Numa dessas experiências mostraram a pessoas que haviam visitado Disney World várias fotos de lá, incluindo uma em que aparecia o Pernalonga apertando a mão de um turista. Pra que: um terço das pessoas então lembraram que elas também haviam apertado a mão do coelho lá na terra do Disney. Impossível, porque o Pernalonga é um personagem da Warner Bros e não pode nem passar perto do Disney World.
Imagens falsas plantam memórias falsas.
Noutra experiência mostraram às pessoas cópias de fotos reais de suas infâncias juntamente com uma, falsíssima, da criança andando num balão. Metade das pessoas lembraram que sim, haviam andado de balão quando crianças.
A coisa é bem séria, e os cientistas não têm ideia de como parar ou modificar esse processo.
Nas eleições presidenciais de 2004 nos Estados Unidos criaram uma foto falsa em que o candidato democrata John Kerry aparecia ao lado de Jane Fonda num comício anti-Guerra do Vietname. Assim posicionaram o Kerry como contra os soldados, contra a política externa americana e bem mais à esquerda de seu espectro político real. A foto contribuiu para que ele perdesse a eleição.
E manipular a história mexendo em fotos é coisa usada há anos. Veja alguns exemplos:
Josef Stalin mandava eliminar das fotos pessoas que caíam em desgraça política, como o cidadão à sua esquerda aí acima.
Para parecer mais heroico e lindão, Benito Mussolini mandou tirar da foto o cara que segurava o cavalo.
Na capa do disco Abbey Road Paul McCartney carregava um cigarro em sua mão direita. Ele foi removido em 2000.
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