quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Ilhas dominadas por animais

Introduzir espécies de animais não nativos em ilhas é uma experiência que quase nunca dá certo, o equilíbrio entre as espécies acaba desabando.
Veja a seguir alguns exemplos destes desequilíbrios que levaram a ilhas completamente dominadas por uma espécie animal.


A Ilha Gough é longe de tudo, um pontinho no meio do Atlântico. Ela foi visitada por humanos desde 1505 e numa dessas alguns camundongos saíram dos navios e se estabeleceram. Os humanos não ficaram lá, os camundongos sim. E prosperaram, sem predadores naturais e com presas fáceis nas fêmeas de uma ave nativa, muito maior que eles mas sem condições de se defender. Nesses cinco séculos os camundongos cresceram de tamanho e hoje - calculados em 700 mil - são completamente dominantes em toda a pequena ilha.


Este não é um caso de invasão, os caranguejos vermelhos são nativos da Ilha Christmas. Mas se reproduziram de tal forma que os 1.500 habitantes do lugar sofrem para conviver com eles. São multidões de caranguejos em tudo que é canto.


A Ilha Okunoshima, no Japão, tem uma gigantesca população de coelhos. Ela foi sede de uma fábrica de gases venenosos até  1920, e ao final da segunda guerra foi completamente limpa e transformada em parque. Aí soltaram lá uns coelhinhos, não imaginando que eles terminariam tomando conta de tudo.


Outra ilha japonesa, Tashirojima, é a terra dos gatos. Introduzidos lá há muitos séculos para exterminar camundongos, acabaram ganhando a afeição dos pescadores por sua habilidade de prever tempestades. Hoje são cem moradores humanos e centenas de milhares de gatos, muito deles semi-selvagens. No tsunami de 2011, que afetou bastante a ilha, nenhum gato teve problemas: todos se refugiaram nas partes mais altas da ilha antes da onda chegar.


A Ilha Kaua'i, no Havaí, tem uma enorme quantidade de galinhas. Foram introduzidas lá pelos primeiros habitantes, polinésios, há cerca de 20 séculos. E conviveram bem com os humanos, em cercados e domesticadas, até que em 1992 um furacão espalhou galinhas por todos os cantos da ilha, especialmente o interior desabitado. Aí se reproduziram rapidamente como galinhas selvagens e hoje aparecem em todos os lugares. Matá-las para comer não é uma opção: a espécie, mistura de linhagens polinésias e europeias, tem carne pouca e ruim.


A Ilha de Montecristo, na Itália, tem 12 quilômetros quadrados e 12 milhões de ratos. Os primeiros chegaram de um naufrágio, sabe-se lá como. A ilha até agora não foi habitada pelo homem, principalmente por causa dos ratos. Agora o governo italiano estuda jogar toneladas de veneno sobre a ilha para tentar exterminá-los. Aí começará a novela da terra contaminada...

Um comentário:

  1. Na nossa Lagoa do Patos tem uma pequena ilha q dizem estar repleta de cobras. Eu nunca desci lá para conferir... Mas sempre passamos por ela, quando navegamos

    ResponderExcluir