O maior estudo jamais feito sobre a saúde dos seres humanos em todo o planeta, que será divulgado pela revista médica Lancet, traz uma conclusão estarrecedora: pela primeira vez a obesidade supera a desnutrição como problema de saúde pública.
Os dados, coletados por mais de 500 cientistas de 50 países, comparam números de 2010 com os de 1990. E constroem o que chamam de Fardo Global da Doença - o número de anos de vida saudável que uma pessoa perde em virtude de doenças ou morte prematura. Há 20 anos a desnutrição era o principal fardo, agora é o oitavo. A obesidade era o décimo, passou para sexto. Mas, consideradas as doenças causadas pela obesidade, como alta pressão sanguínea e doenças cardíacas, ela se torna responsável por quase 25% de todas as mortes. E se antes a obesidade era problema ocidental, agora ela avança com força também no Oriente Médio.
"Simplesmente as pessoas são gordas e têm coisas demais para comer", diz Alan Lopez, da Universidade de Queensland, em Brisbane.
O combate à desnutrição avançou muito nestes 20 anos, aponta o estudo. Como também avançou o controle da humanidade sobre doenças infecciosas. Essas praticamente não matam mais, a não ser - infelizmente - na África sub-sahariana.
Houve grandes avanços também no combate à mortalidade infantil, que diminuiu 60% em duas décadas.
No panorama geral o resultado do levantamento é positivo, foram duas décadas de progresso. O problema mesmo é o crescimento da obesidade. Estamos construindo um planeta de gordos e que, pelos avanços da medicina, vivem mais que seus ancestrais.
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